sábado, 10 de setembro de 2011

A Compreensão do Outro


Nós passamos os dias tentando compreender a nós mesmos, tentando compreender porque chove tanto no sul e o sertão nordestino continua seco, os gados continuam secos, as plantas continuam secas, a vida continua seca.
Embora em algumas circunstâncias a vida seja seca por fora, é dentro de nós que ela acontece. O que vemos, sentimos e vivenciamos é o que parte de nosso interior, que aliás, não é seco. Ele é recheado de alegrias, de emoções de tantos sentimentos misturados que fica difícil escolher. E ao contato com o próximo, são exteriorizados de maneira simples e singela. É para o nosso próximo que nos doamos. Não necessariamente aquele que conhecemos diretamente, ou os que vivem em nossa volta, familiares, parentes, não! São todos que podem através de um simples olhar, manifestar compreensão por nós, demonstrar carinho, segurança, afetividade, amor, ternura.
Então, com certeza se dedicássemos uma parte do nosso tempo a tentar compreender o outro, aquele que nos deu bom dia, abriu a porta para nós, segurou nossa mão, não lhe deixou cair, ou aquele que lhe disse um simples “obrigado”, são para esses os olhares, é para todo o próximo a nossa tentativa de compreender o que se passa em nós mesmos.
Tudo isso é muito importante, porque às vezes o outro quer falar, quer nos dizer tanta coisa, e nem nos damos conta disso. Temos que, assim como paramos para fazer o exercício de reflexão, o exercício filosófico, temos que parar para tentar compreender o outro, aquele que tem tudo para nos ajudar, esclarecer nossas dúvidas, clarear nossa visão embaçada de pré-conceitos e mágoas passadas. Porque damos uma nova chance a nós mesmos quando caímos e dizemos em voz baixa: “Eu vou tentar outra vez. Eu vou conseguir!”? Porque então não tentamos dar uma chance para compreender o outro, aquele que passa por nós até mesmo no período de alguns segundos? Talvez o outro tenha muito a nos dizer.
Mas para isso, para que haja esse entendimento para com o próximo, nosso irmão, o qualquer pessoa que esteja ao nosso lado, mais um exercício é necessário, o da paciência. Porque assim como todas as outras virtudes da vida, a paciência nos faz prosperar, concomitante seja o nosso grau de entendimento de nós mesmos e do outro. Vamos tentar parar mais uma vez e dessa vez, ter mais paciência para escutar, para enxergar mais nitidamente, e para acolher o que nos diz: “preciso de você, ajude-me!”.  Até porque, a paciência faz parte do ser humano, sejamos pacientes de nós e dos outros. Escutemos, escutemos!

Bárbara Braz**

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